ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Painel do 8º Congresso Internacional do Alumínio discute Indústria 4.0

Evento é promovido pela Associação Brasileira do Alumínio.

Empresas e governo têm papel fundamental na implantação de uma indústria inovadora no Brasil. Essa ideia permeou o debate sobre a Indústria 4.0 em um dos painéis mais concorridos do primeiro dia do 8º Congresso Internacional do Alumínio, promovido pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), que acontece até esta quarta (5), no São Paulo Expo, na capital paulista.

O painel contou com a participação de profissionais especializados em novas tecnologias, como Márcia Ogawa Matsubayashi, da consultoria Deloitte Brasil; Claudio Henrique Goldbach, CEO da Perfil Group Thermal Solutions; Hans Erik Vatne, diretor de tecnologia da Norsk Hydro; Osvaldo Lahoz Maia,  gerente de Inovação de Tecnologia do Senai; Luciano Cunha, diretor de Tecnologias Inovadoras do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e Eduardo Vaz, gerente-executivo do IEL/CNI.

Estudos mostram que o retorno das empresas que investem em alta tecnologia se dá entre dois e cinco anos, mas apenas 2% delas no Brasil podem ser consideradas 4.0. O caminho, contudo, é irreversível, na opinião de Luciano Cunha. “As grande empresas vão adotar a mudança para a Indústria 4.0 do mesmo jeito que adotaram a automação, por exemplo. Isso se dará de modo natural, porque é uma mudança que gera lucro”.
O governo tem papel fundamental nessa transformação, especialmente para as pequenas e médias empresas. “Não se faz inovação em grande escala sem apoio oficial. Principalmente quando se fala em alta tecnologia”, diz Cunha.  “Também precisamos que a indústria se aproxime dos centros de conhecimento e institutos de pesquisa, que hoje estão capacitados, mas ainda são pouco utilizados. Temos de trazer os pesquisadores das universidades para a indústria”, aconselha Eduardo Vaz.

Além da aproximação entre indústria e centros de estudo, é preciso mudar o mind set das empresas. “Embora existam ações do governo, as grandes empresas hoje não estão investindo. Atualmente pensam apenas em cortar custos. Em um cenário assim fica difícil aprovar projetos inovadores”, diz Márcia Matsubayashi. Para ela, profissionais de inovação precisam ter assento nos conselhos de direção. “Os conselhos são formados em sua maioria por pessoas com foco em governança corporativa e financeiro. O projetos mais inovadores acabam barrados de saída”.

Para Claudio Henrique Goldbach o impacto da tecnologia é avassalador e acelerado. Para ele, não existe meio termo: ou as empresas se adaptam ou estarão condenadas. E ele faz, ainda, uma importante diferenciação: “a transformação digital não é sobre como fazer mais rápido e, sim, sobre como fazer diferente.”

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