ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Inovação na indústria depende de definição de estratégia nacional, apontam gestores do setor minerometalúrgico

Brasil ocupa a 64º posição no ranking mundial de inovação

O Brasil ainda tem uma posição discreta no ranking global da inovação, vendo-se diante da necessidade de aumentar investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e consolidar uma estratégia nacional de criação tecnológica. Segundo especialistas em inovação da indústria e do governo, apenas trazendo a sociedade para o debate será possível criar um ambiente propício para o setor de P&D no país.  A discussão fez parte do painel sobre fomento à inovação, realizado no último dia 4 de outubro, durante a ABM WEEK 2018.

“O Brasil está na posição 64 do Índice Global de Inovação. Estamos atrás do Chile, Costa Rica e México, embora esse tenha sido nosso melhor resultado”, apontou Charles Martins, gerente geral de P&D para a América do Sul da ArcelorMittal.

De acordo com Martins, o avanço passa pela definição de uma estratégia nacional de inovação simples e abrangente, que determine as áreas prioritárias para investimento, estabeleça parâmetros mínimos para o volume de recursos destinados à ciência e tecnologia e privilegie pesquisa e desenvolvimento como elementos centrais da estratégia do país.

“Há relacionamento entre as entidades que pensam inovação no Brasil, mas as linhas ainda são tênues. É preciso fortalecer os laços entre elas e também com entidades internacionais”, avaliou Charles Martins. Em relação à captação dos recursos necessários para P&D, o executivo afirmou que grandes grupos empresariais internacionais investem metade de seu capital de inovação fora de suas regiões de origem, o que cria uma possibilidade real de obter investimentos no Brasil.

O setor público brasileiro manteve, nos últimos anos, uma política de fomento à inovação no país, embora com escassez de recursos, por conta da conjuntura econômica. “Mesmo com o impacto da crise, temos oportunidades que não se concretizam em contratos e desembolsos para a inovação”, explicou Pedro Paulo Dias Mesquita, economista do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “As empresas apoiadas pelo BNDES investem 40% mais em P&D do que as não apoiadas, o que demonstra a importância do incentivo à inovação”, completou.

Carlos Eduardo Pereira, diretor de operações da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), e Henrique Vasquez, do Departamento de Química, Metalurgia e Materiais da Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), apresentaram o modelo de fomento de suas organizações e também destacaram o papel relevante que o incentivo público a P&D desempenha no país, mesmo com a crise.

No âmbito das empresas, firmar parcerias em busca de inovação tecnológica e nos processos também é um dos caminhos a trilhar. “Não temos a pretensão de gerarmos sozinhos todas as inovações necessárias, em nosso centro. Por isso, temos parcerias com todo tipo de instituição de pesquisa e startups, que se relacionam com nosso comitê de inovação”, explicou Roberto Busato Belger, diretor presidente da Unidade de Negócio Industrial da Manserv.

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