Indústria brasileira do aço segue em busca da recuperação
As vendas internas foram de 4,4 milhões de toneladas de aço nesse período, representando um crescimento de 11,4% na comparação com os três primeiros meses do ano anterior. O consumo aparente atingiu 5,0 milhões de toneladas, com crescimento de 9,6% em relação ao 1º trimestre do ano anterior, sustentado pelo crescimento das vendas internas. A produção brasileira do aço foi de 8,6 milhões de toneladas, 4,9% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Apesar dos números mais positivos, a melhoria da atividade industrial nacional tem sido inferior ao esperado, e, portanto, insuficiente para que a indústria brasileira do aço se recupere da pior crise de sua história. No curto prazo, devido à lenta recuperação da economia doméstica, a saída das empresas aqui instaladas para elevar a utilização da capacidade instalada – 69% na média do primeiro trimestre do ano – é a exportação. No entanto, o já conturbado cenário internacional deteriorou ainda mais desde o início de março, com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump de estabelecer alíquota de importação de 25% para o aço. Esta decisão foi tomada no âmbito da Seção 232 sob o argumento de que as importações de aço constituem ameaça à segurança dos EUA.
A medida extrema foi tomada unilateralmente pelos Estados Unidos para proteger sua indústria siderúrgica e seus trabalhadores diante da ameaça do excesso de capacidade de produção de aço no mundo, ao redor de 700 milhões de toneladas. Nesse momento, o Brasil está em negociação com os Estados Unidos, para evitar a taxação das exportações brasileiras de aço. Porém, qualquer que seja o acordo firmado pelo EUA, o fechamento do mercado americano vai, no mínimo, levar a desvios de comércio, o que faz com que seja ainda mais importante que o Brasil tenha mecanismos ágeis e eficientes de defesa comercial.
As previsões do Instituto Aço Brasil para indústria brasileira do aço em 2018 são de aumento das vendas internas de aço em 6,6% em 2018, totalizando volume de 18 milhões de toneladas. A produção deve aumentar 8,6% em relação ao ano passado e as exportações devem crescer 10,7% este ano na comparação com 2017, enquanto o consumo aparente de aço deve subir 6,9% em 2018. Tais previsões, no entanto, para serem efetivadas dependerão do resultado positivo das negociações ora em curso tanto com os Estados Unidos como do acordo Mercosul – União Européia (condições preferenciais de comércio entre blocos).
Os dados consolidados de janeiro a março de 2018 do setor do aço no Brasil estão publicados no site do IABr.
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