ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Higiene ocupacional foi um dos temas debatidos no 10º WSSO

Tema trouxe experiência e novidades para o setor, mostrando como é possível executar as quatro etapas da higiene ocupacional dentro das empresas.

Roberto Alberto Silva, moderador do debate do último painel do 10º WSSO, realizado no último dia 9 de agosto, em Ipatinga (MG), definiu bem o que ocorreu na tarde que finalizou o evento: “Tivemos uma aula sobre a evolução que precisamos fazer. Não só na prevenção de acidentes, mas também no tocante à saúde dos trabalhadores. Parabéns à ABM pelo conteúdo do que foi trabalhado aqui hoje. São temas que precisam ser trabalhados de forma exaustiva. São a garantia da saúde dos nossos empregados”, refletiu.

As quatro fases da higiene ocupacional (antecipação, reconhecimento, avaliação e controle) foram muito exploradas pelos palestrantes do painel e marcaram o cerne das discussões acerca do assunto. Roberto Jaques, da ABHO, falou sobre a questão da tolerância diante de agentes químicos, como o higienista ocupacional deve se portar para não expor o colaborador a riscos desnecessários e como a etapa da avaliação é imprescindível nesse processo. “Ao avaliar eu preciso saber se aquele número que trouxe do campo com o resultado das avaliações está bom ou ruim. Farei isso comparando com padrões, com indicadores, standards, valores de níveis”, afirmou.

De acordo com Jaques, o higienista ocupacional precisa acreditar no limite. E o limite de tolerância é feito pelas exposições ao longo do tempo, pensando que elas serão mantidas em tais níveis que não causarão danos à saúde do trabalhador durante sua vida laboral. O especialista ainda explicou que há a necessidade de fazer com que todos os Grupos Homogêneos estejam numa condição de conformidade para com os respectivos limites de tolerância, para todos os agentes aos quais houve o reconhecimento na fase anterior à fase de avaliação. “Se o profissional reconheceu o risco, tem que avaliar”, disse de forma categórica Roberto Jaques.

Novas diretrizes

O palestrante Nereu Jenner Nunes Gomes explicou a atualização da NHO 06, que entrou em vigor no primeiro trimestre desse ano. Não houve uma mudança no índice empregado para se dimensionar a exposição do colaborador ao calor, mas foi acrescido um parâmetro. Se antes pensava-se apenas na temperatura de paredes e objetos, umidade e velocidade do ar, temperatura do ar e tipo de atividade (ligada ao contexto do trabalhador). Agora, deve-se levar em consideração também a vestimenta. Em sua fala, ele também esclareceu que algumas regulamentações ainda não passaram por atualizações, apesar da extrema necessidade.

Ruídos e higiene ocupacional

“Ruído é um assunto transversal. Ele atinge praticamente a totalidade dos trabalhadores nas indústrias. Todo e qualquer processo produtivo gera ruído, por menor que seja, então é um problema, de fato, existente em quase que a totalidade das situações”. Com essa fala, o consultor da Firjan, Gerson Ferreira, abriu sua palestra sobre como tratar a relação de análise da proteção auditiva, através dos protetores auriculares. Segundo o especialista, existe uma abundância de documentos e normas técnicas reconhecidas e respeitadas que falam sobre a questão dos métodos de ensaio de atenuação dos protetores auditivos. Eles conseguem dar valores de referência para subtrair os níveis de ruído medido.

Assim, é possível saber qual o nível ouvido pelo trabalhador quando protegido e saber se esse nível de ruído protegido está de acordo com o que diz a legislação em relação ao limite de tolerância e em relação ao nível de ação para oito horas, ou o tempo que for de jornada de trabalho. Durante sua fala, Gerson levantou algumas provocações sobre os problemas encontrados para medição e avaliação, além de explicar com propriedade e clareza sobre os objetivos e métodos que podem ser aplicados para resolução desses problemas.

Geraldo Maia, diretor regional ABM Vale do Aço, finalizou o painel reforçando a importância desse evento para vencer os obstáculos e superar os desafios dentro da segurança e saúde ocupacional. “Precisamos pensar na higiene ocupacional como algo que realmente vai trabalhar de forma preventiva dentro das organizações, pensando sempre no bem-estar e na saúde dos colaboradores. Que a gente saia desse momento com a cabeça voltada para termos ambientes mais seguros e que tenhamos condições de investir em tudo que foi discutido ao longo desses dias”, pontuou.
 

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