ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Exploração de resíduos sólidos para a fabricação de aditivos é promissora na América Latina

Tecnologias inovadoras permitem garantir qualidade elevada e custo baixo, aponta pesquisador

Resíduos sólidos provenientes de diferentes atividades econômicas podem ser utilizados para o desenvolvimento de aditivos de grande interesse para a indústria latino-americana – e sua exploração é um campo aberto para os países da região, conforme apontou Henry Alonso Colorado, professor de Engenharia Mecânica da Universidade de Antioquia, na Colômbia, em sua palestra , no último dia 4 de outubro, durante a ABM WEEK 2018.

“A maioria das grandes potências internacionais não têm interesse econômico em lidar com a questão dos resíduos, já que estão focadas na produção. Então, os países da América Latina têm grandes oportunidades e pouca concorrência nessa área”, aponta Colorado. Do ponto de vista da viabilidade econômica, o uso de resíduos na fabricação de aditivos também é vantajoso porque há abundância desses materiais em todos os países, bastando implantar sistemas eficientes de coleta, processamento e aplicação em atividades produtivas, com destaque para a construção.

Em sua palestra, Henry Colorado apresentou os avanços de seu grupo de pesquisa na universidade em relação às pesquisas para uso de resíduos sólidos em impressão 3D – metodologia que permite agilidade e eficiência na produção industrial.

 “A impressão 3D vem sendo utilizada inclusive na produção de casas, setor que não requer tecnologia tão alta, em comparação com outras aplicações”, explica. Considerando-se as deficiências econômicas da América Latina, sobretudo o enorme déficit habitacional, as descobertas tecnológicas nesse campo são muito promissoras, avalia o professor.

Colorado, que também é presidente da Sociedade Colombiana de Materiais e Minerais, abordou ainda os desafios ambientais, regulatórios e econômicos para a exploração de resíduos sólidos em larga escala na produção de aditivos. “As empresas sempre desejam benefícios econômicos, então as soluções que desenvolvemos precisam ser financeiramente sustentáveis – ou seja, baratas”, afirma.

Como a exploração desses materiais para a fabricação de aditivos ainda é algo novo, os pesquisadores e empreendedores nesse campo ainda se veem obrigados a lidar com obstáculos culturais e regulatórios. “No que se refere aos desafios logísticos, temos nos inspirado no Brasil, que é líder na América do Sul nesse aspecto. Muitas cidades brasileiras contam com programas eficientes de coleta de resíduos”, argumenta.

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