ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Entidades apresentam cases de sucesso na área de segurança ocupacional durante 10º WSSO

Sesi, Fundação São Francisco Xavier, Firjan, Fiemg e PH Transporte falaram de boas estratégias adotadas em empresas.

Seja qual for o seguimento, os cases de sucesso sempre são excelentes opções para buscar soluções para possíveis problemas que as empresas possam estar enfrentando. O terceiro painel do 10º WSSO, em Ipatinga (MG), no ultimo dia 9 de agosto, trouxe nomes de peso e histórias com resultados surpreendentes e motivadores. Renata Dia, da Fiemg, moderou o debate e destacou a importância de eventos como esse. 

“As palestras que foram apresentadas, demonstraram como é importante todo esse ciclo de planejar, controlar, monitorar e apresentar índices. Tudo isso nos dá base para tomar ações assertivas, fazer um trabalho que aumentará nossos índices de saúde, segurança e na parte de ergonomia. Inclusive, nas bases relacionadas às novas tecnologias para esse setor que é fundamental para o desenvolvimento da indústria”,  afirmou Renata.
 

Indústria Segura

O Sesi abriu a rodada de palestras com um case sobre “Diagnóstico SESI Indústria Segura”. O engenheiro Rangel Ferreira, da Fiemg, explicou como o projeto impactou as empresas envolvidas e como a intensificação da fiscalização, em 2013, motivou a implantação do projeto, em 2014. O objetivo era entender como as empresas poderiam trabalhar preventivamente para que as fiscalizações transcorressem de forma mais tranquila.

“Nossa legislação é muito extensa e a dificuldade de interpretação é muito grande. Então, veio a ideia de desenvolver essa plataforma, esse diagnóstico, onde conseguimos verificar como a empresa está perante a legislação e tratar as possíveis melhorias através de um plano de ação. Pegamos os itens mais relevantes, mais autuados pelo Ministério do Trabalho e inserimos na plataforma para fazer esse trabalho diretamente com as indústrias”, explicou Rangel.

Ao longo da palestra, Rangel apresentou a plataforma utilizada e enfatizou que ela é constantemente atualizada através de dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho. Com esse trabalho é possível ter um relatório técnico gerencial, com indicação da porcentagem de atendimento por NRS e requisitos avaliados; ter uma estimativa de valor de multa por NRS e requisitos avaliados; ter um relatório técnico de plano de ação, com indicação de ação corretiva para requisitos avaliados como não atendido ou atendido com ressalva.

O especialista mostrou que mais de mil empresas já foram atendidas nos mais diferentes ramos, com 982 requisitos avaliados e mais de 18 mil horas de consultoria técnica. “A adesão ao produto Indústria Segura é muito grande. As empresas incorporaram bastante. O trabalho é feito in loco, para compreender melhor a cultura da empresa”, finalizou Rangel.

Sistema Integrado de Saúde Usiminas – SISU

O diretor executivo da Fundação São Francisco Xavier, Luís Márcio Araújo Ramos, mostrou um projeto desenvolvido pela organização que envolve a educação, conscientização e reorganização das práticas. “A proposta de mudança consistia na integração da saúde ocupacional, dos programas de promoção, da assistência social e assistência médico odontológica. Percebemos que dentro da própria Usiminas executávamos coisas para as mesmas finalidades de formas diferentes, com recursos diferentes e houve a oportunidade para padronização buscando as melhores práticas para as empresas”, afirmou Luís Márcio.

A empresa saiu de um modelo de ações que não convergia para ações convergentes; passou a agir de forma a integrar e racionalizar os recursos; e criaram um planejamento estratégico que fosse difundido, de fácil entendimento e execução por toda equipe. De acordo com Luís Márcio, o SISU se desdobra em uma série de ações e projetos dentro das empresas, como o Superar, o Atitude Rima com Saúde e o SIUS. Os resultados não poderiam ser melhores: baixa no número de colaboradores afastados; aumento na contratação de pessoas com deficiência; execução de exames periódicos com mais critério; redução no número de idas ao pronto socorro, nas internações e no custo assistencial.

Biomarcadores: Uma ferramenta preditiva para doenças ocupacionais

Rachel Novaes Gomes, da Firjan, e Cláudia Mazzoni, da Fiemg, dividiram o palco para falar sobre os biomarcadores. Segundo as especialistas, a higiene ocupacional é uma ciência que antecipa, reconhece, avalia, controla e previne os riscos ocupacionais, que podem ser biológicos, químicos, físicos e ergonômicos. Elas explicaram que os biomarcadores são qualquer molécula ou metabólito que possa ser detectado e medido em diferentes partes do corpo, a partir do momento em que o indivíduo é exposto ao risco. Eles podem indicar processos normais e processos de doenças no corpo e podem ser bioquímicos, genéticos ou moleculares.

Rachel salientou que, “além do monitoramento ambiental faz-se necessário um monitoramento biológico. Uma avaliação de agentes presentes no ambiente, que podem levar a uma alteração biológica, através da liberação de metabólitos através da secreção e do ar expirado. Esse monitoramento é feito através da avaliação da exposição de riscos à saúde e indicadores biológicos ou biomarcadores”, explica a doutora em biologia.

As pesquisadoras afirmaram que o projeto é pioneiro no país e busca identificar predisposição a doenças como câncer, LER, DORT, entre outras. Segundo Cláudia Mazzoni, “busca-se na integração desse projeto compartilhar conhecimento, utilizar tecnologias, trabalhar na linha da inovação para adaptar para a saúde ocupacional, contando sempre com a participação de todos os envolvidos no processo de produção. Trabalhar numa esfera anterior visando minimizar os riscos”, finalizou a doutora em biomecânica.

Programa Segurança Positiva

Para finalizar, Rogério Abdalla de Miranda, da PH Transportes, falou sobre o case de sucesso da empresa. O grande desafio dos gestores era fazer com que o colaborador entendesse a diferença que seu comportamento faz quando se espera bons resultados em saúde e segurança ocupacional.

“Precisávamos antecipar cenários e evitar desvios comportamentais. Éramos bons para abolir e péssimos para reconhecer. Quisemos sair do reforço negativo para o reforço positivo, estimular as ferramentas SSMA. Antecipar os problemas antes que virem de fato uma ocorrência com danos a patrimônios ou pessoas”, explicou Rogério.

O projeto trabalha com indicadores de proatividade, direito de recusa, boa prática, monitoramento do “quase acidente”, inspeção e auditorias. Teve início em maio de 2017 e, de lá para cá, houve uma grande melhoria dos indicadores após sua implantação. Além disso, o score de expectativa de atendimento do cliente nunca mais esteve abaixo do mínimo esperado.

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