ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Startup desenvolve tecnologia para produção de aço com emissão zero de CO2

O processo desenvolvido pela empresa consiste na substituição total do uso do carvão por energia elétrica no processo de transformação do minério de ferro em aço

As indústrias do setor mínerometalúrgico estão cada vez mais focadas em produzir de forma sustentável. Para isso, diversas companhias buscam tecnologias para terem atuação mais sustentável. Um exemplo disso é a startup norte-americana Boston Metal, do engenheiro metalúrgico Tadeu Carneiro, ex-CEO da CBMM, e atual professor convidado do Massachusetts Institute of Technology (MIT). 

Há dois anos à frente da empresa, ele desenvolveu uma tecnologia que promete revolucionar a siderurgia: a substituição total do uso do carvão por energia elétrica no processo de transformação do minério de ferro em aço. Em outras palavras, trata-se do “aço verde”, sem mais emissões de CO2.

“O aço é feito do jeito que conhecemos por mais de 3.000 anos. O ferro vem de 1.200 antes de Cristo”, diz. O produto é extremamente sofisticado, mas sua produção emite CO2, o que é um problema preocupante, diz Carneiro. Segundo ele, “o aço é e vai continuar sendo o material de engenharia mais importante que temos. Sua fabricação atual é de quase 2 bilhões de toneladas/ano”, diz o executivo, em entrevista concedida à Revista Ecológico.

Ele explica que no processo inovador criado pela Boston Metal, não é necessário aglomerar os finos de minério de ferro, que é realizado por sinterização ou pelotização. Além de ser possível o uso direto dos finos de minério, “não precisa de carvão nem de coque”, diz. No uso de carvão ou de coque nos processos tradicionais da aciaria tem-se a emissão de CO2.

Durante o processo da Boston Metal, é possível coletar o aço líquido, que é igual ou melhor do que o aço líquido que sai da aciaria hoje, informa. “Do mesmo jeito, você adiciona o que precisa e manda para um lingotamento. É muito revolucionário”, analisa.

Carneiro explica que esse novo jeito de produzir aço está dando muito certo. “Já tivemos duas rodadas de financiamento. Obtivemos a participação de nove gigantes no mundo empresarial, como investidores ou acionistas”. A expectativa é que em dois anos o projeto-piloto vai estar operando de forma contínua com minério de ferro, provavelmente da BHP e da Vale. 

“Estamos terminando de modificar nosso equipamento tecnológico para começar a primeira corrida exploratória agora em abril. É a nova e limpa indústria do aço”, afirma.

 

Fonte: Portal da Mineração com informações da Revista Ecológico
 

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