ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Pesquisadora da Poli-USP busca métodos para tornar o trabalho em minas subterrâneas menos insalubre

A pesquisa versa sobre a integração de sistema de ventilação ao projeto de mina.

A atividade de mineração tem grande importância econômica e oferece os insumos necessários para a produção industrial em diversas áreas. Para garantir que esta atividade seja segura, cabe aos engenheiros de minas aprimorar e desenvolver formas de extração desses insumos com o mínimo impacto humano, ambiental e social.

Neste sentido, a pesquisadora da Escola Politécnica (Poli) da USP, Anna Luiza Marques Ayres da Silva, professora e engenheira de minas, estuda e desenvolve métodos para que os projetos de minas subterrâneas ofereçam as melhores condições para que os trabalhadores atuem com segurança, e sem prejuízos à saúde. Segundo a pesquisadora, as formas de melhorias se dão por meio da engenharia, que projeta os elementos estruturais e ambientais que permitem segurança ao local de trabalho.

A pesquisa versa sobre a integração de sistema de ventilação ao projeto de mina. Nessa vertente as definições, especificações para escolha e dimensionamento ventiladores, dutos, reguladores, cortinas, galerias, desenvolvimento de softwares de ventilação e pontos de suprimento de ar estão diretamente relacionados à geometria e dimensões da mina.
 
 Anna Luiza Marques Ayres da Silva conduz suas pesquisas com o apoio do Laboratório de Controle Ambiental, Higiene e Segurança na Mineração (LACASEMIN) do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Poli. Ela explica que para que seja possível a viabilização de um projeto de atividade mineradora com segurança e boa ventilação, é preciso entender antes por que a de extração de minérios é importante. A depender da forma e da profundidade em que se encontra o corpo de minério, será determinado o tipo de ventilação mais adequado para cada tipo de  mina. É obrigatório seguir a legislação para se realizar trabalhos nesse segmento com a finalidade de gerar o menor impacto na natureza.

“Na mineração, precisamos seguir normas nacionais e internacionais para que se faça um bom projeto lavra. Se isso não acontecer, não teremos um projeto de uma mina, mas sim de um garimpo ilegal”, explica ela.

Os trabalhadores de minas subterrâneas estão suscetíveis a uma série de riscos, como acidentes com explosivos, asfixia e  doenças pulmonares devido a exposição aos contaminantes presentes no ar, como poeiras e gases diversos . Anna Luiza explica que a ventilação serve para diluir gases, poeiras e minimizar o calor a  níveis seguros para os trabalhadores expostos a este ambiente. Caso esses cuidados não sejam levados em conta, surgem problemas maiores, “como a deterioração de agentes ambientais naturais que geram riscos à saúde”.

Os estudos sobre ventilação em minas visam desenvolver formas de oferecer teores apropriados de oxigênio para os trabalhadores, com o menor nível de gases nocivos, maior dispersão de calor e manutenção de uma temperatura adequada.

Um dos principais pontos estudados pela pesquisadora é o comportamento do Radônio (Radon), elemento radioativo, que está associado a solos ricos em minérios de tório e  urânio. O Brasil possui a quinta maior reserva mundial deste elemento. Vale ressaltar que  segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o radônio é a segunda causa de câncer de pulmão, ficando atrás apenas do cigarro.

“O radônio pode ser encontrado tanto em minas subterrâneas como em minas a céu aberto. O problema é que ao contrário da mina a céu aberto, a mina subterrânea é um ambiente confinado, e que portanto precisa ser mecanicamente ventilada para que o radônio e seus produtos não atinjam altas concentrações que podem ser danosas à saúde de quem trabalha em subsolo”.

 

Fonte: Asessoria de Imprensa da Escola Politécnica da USP 
 

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