ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Inovação na indústria pode ser simples e colaborativa

Para identificar potencialidades de inovar em processos e produtos, as empresas brasileiras, em especial as indústrias do setor minerometalúrgico e de materiais, devem priorizar as atividades de complexidade baixa ou intermediária que compõem a maior parte de suas rotinas. Essa foi uma das conclusões do painel Gestão Estratégica da Inovação, realizado durante a ABM WEEK 2017, em São Paulo.

Conforme destacou Paulo Figueiredo, coordenador do Programa de Pesquisa em Gestão da Aprendizagem Tecnológica e Inovação Industrial no Brasil da EBAPE/FGV, “ainda há a ideia de inovação como algo espetacular, relacionado a Pesquisa e Desenvolvimento e registro de patentes, ficando negligenciadas adaptações relativamente simples e imitação criativa de processos”.

Segundo Figueiredo, processos de inovação que contribuam para alavancar os resultados da indústria apresentam natureza cada vez mais colaborativa, dependendo da interação das empresas de cada setor.

Ele apresentou alguns resultados de pesquisa realizada pela FGV sobre inovação nas 10 principais empresas de mineração do Brasil, que procurou identificar padrões em diferentes áreas de atividade – como lavra e processamento mineral. “As organizações que mais acumularam inovação tecnológica tiveram padrão de exportação mais alto”, concluiu.

O nível intermediário de inovação, como enfatizou Eduardo Cortes de Castro, gerente de Cilindros de Laminação da CSN, tem papel fundamental no desenvolvimento das empresas. “Não se deve valorizar apenas quem está na fronteira tecnológica. Muitas vezes restringimos inovação a centros de pesquisa, mas se aquilo não chega ao chão de fábrica, não traz resultados”, explicou. Para ele, é um equívoco achar que se pode incorporar tecnologia apenas comprando equipamentos ou pacotes tecnológicos.

Caminhos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem enfocado a inovação, dispondo de mecanismos de financiamento específico para as necessidades das indústrias, afirmou Natalia Visconti, chefe do Departamento de Mineração e Metais do banco. “O setor de minério de ferro, siderurgia, metálicos não ferrosos e não metálicos é tradicional no banco, com investimentos expressivos, embora o volume tenha caído por causa da crise”, apontou.

Indústrias com demandas de inovação também podem procurar a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), entidade que aproxima universidades, centros de pesquisa e empresas. “Até o fim do ano, devemos alcançar 42 unidades credenciadas, com 310 projetos em carteira. Apesar da crise fiscal em que o Brasil se encontra, nossas unidades ainda estão com recursos em caixa”, revelou Fábio Stallivieri, assessor de diretoria da Embrapii.

O público do painel na ABM WEEK pode conhecer, ainda, a experiência da Amira International, entidade independente do setor de mineração e suprimentos fundada na Austrália, em 1959. Segundo Joe Cucuzza, diretor executivo da Amira, um órgão intersetorial focado em inovação só pode ter sucesso se for estabelecido por líderes importantes da área, de forma autônoma e com liderança da própria indústria. “Leva tempo para construir uma cultura de colaboração e confiança, mas a credibilidade só vem com os resultados apresentados”, concluiu.

Por fim, o diretor de tecnologia da CBMM, Marcos Stuart, compartilhou alguns dos caminhos que a empresa vem trilhando para desenvolver e gerir inovação. Um dos pilares da inovação na empresa foi batizado de Open Innovation, um conjunto de ações em parceria com centros de P&D e consultores no mundo todo para promover a inovação em diferentes campos. “Não temos interesse na propriedade intelectual sobre o que estamos desenvolvendo, porque o que queremos é abrir o mercado de nióbio”, explicou Stuart. No momento, a empresa impulsiona mais de 140 projetos com grandes universidades, centros de pesquisa e também com usuários finais.

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